Montemor-o-Novo – “Capital Cultural do Alentejo” – precisa do Convento da Saudação
Atualizado em 05/11/2022
publicado em 5 de novembro de 2022
Teve lugar na tarde de sexta-feira, 4 de novembro, uma visita do Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, a Montemor-o-Novo. Participaram na iniciativa, para além do Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Olímpio Galvão, do Vice-Presidente Henrique Lopes, dos vereadores Sílvia Santos e António Pinto Xavier, bem como técnicos da autarquia, o Diretor Geral das Artes, Américo Rodrigues, a Diretora Regional de Cultura, Ana Paula Amendoeira, o Presidente da CCDR, António Ceia da Silva, e os deputados na Assembleia da República, eleitos pelo círculo de Évora, Sónia Ramos, Norberto Patinho e Capoulas Santos.
A iniciativa começou com uma visita ao Convento da Saudação, onde Rui Horta, antigo Diretor do Espaço do Tempo, deu a conhecer os cantos à casa de um Convento que ganhou vida com a presença desta importante associação montemorense. O périplo pelo Convento da Saudação também teve contributos de técnicos da autarquia, nomeadamente explicando no que consistiu a obra de consolidação estrutural do edifício.
Após breve passagem pelo Centro Interpretativo do Castelo, teve lugar uma Sessão Solene no Paços do Concelho.
O Presidente da Câmara Municipal, Olímpio Galvão, deu as boas-vindas ao Ministro, referindo que Montemor-o-Novo é uma “terra de Arte e Cultura”, um concelho “com mais de 8 séculos de história”, que “tem sido desde sempre território de criação artística e cultural”. Revelando que Montemor tem uma dinâmica associativa impressionante, com mais de 150 associações, o edil mencionou que tal demonstra “a força de um povo que todos os dias trabalha desinteressadamente para o bem-estar social e para a qualidade de vida na sua terra”. Ao entregar os exemplares das últimas edições da Agenda Cultural ao Ministro, Olímpio Galvão referenciou que estas publicações “demonstram a dinâmica cultural de todo o concelho, que nos tornam possivelmente, e desculpem-me o atrevimento, na Capital Cultural do Alentejo”. Para esta dinâmica “muito tem contribuído O Espaço do Tempo e o Coreógrafo Rui Horta, que desde o ano 2000 se instalaram em Montemor-o-Novo e provocaram uma revolução cultural”, disse Olímpio Galvão. Depois de relembrar os investimentos da Câmara Municipal e do Estado, através do Fundo de Salvaguarda, e de todos os que se empenharam em manter de pé o Convento da Saudação, o Presidente de Câmara aludiu que “este património será uma âncora no desenvolvimento cultural, turístico e económico do nosso concelho e que será a casa de muitos criadores, a nível mundial, que o terão à sua disposição”.
O “projeto de recuperação do Convento da Saudação está orçamentado em cerca de 6.200.000,00€, está pronto a ser lançado em concurso público, mas o seu financiamento comprometido”, afirmou Olímpio Galvão. Estes 6 milhões de euros são enormemente pesados, no contexto dos Fundos Comunitários possíveis de serem obtidos pelo município, pois o concelho tem investimentos prementes e de grande monta. Deste modo, o Presidente de Câmara disse contar com a ajuda do Ministro “para encontrar soluções alternativas para o financiamento deste importante equipamento cultural, que terá dimensão nacional e internacional quando estiver a funcionar em pleno”.
A terminar a sessão solene, interveio o Ministro da Cultura. Pedro Adão e Silva começou por dizer que “Montemor é um caso singular porque aqui não há um olhar e uma visão estática para a cultura, e o que permite que isso aconteça é a precisamente a ligação entre o património e a criação artística, sendo o Espaço do Tempo um exemplo disso mesmo, em que o património é utilizado para a criação artística”. Quando olhamos para os 22 anos de presença do Espaço do Tempo e do Rui Horta em Montemor, “percebemos bem os dividendos alcançados e como isso teve um efeito multiplicador”. Pedro Adão e Silva de seguida destacou a feliz e singular coincidência de, no dia desta visita, terem sido conhecidos os resultados provisórios de alguns dos concursos de apoio sustentado às artes, em que 3 associações de Montemor (Espaço do Tempo, Oficinas do Convento e Alma d´Arame), vão receber nos próximos 4 anos mais de 800 mil euros por ano, e “isto diz muito do que é o papel da cultura em Montemor”. A concluir, o Ministro da Cultura disse esperar “que esta articulação virtuosa entre o património e a criação artística seja renovada”, sendo que, nesta matéria, “esta é uma responsabilidade que não é da Administração Central, pois está desconcentrada, dependendo das opções que são tomadas na região, e pelo conjunto das autarquias, no próximo período de programação, que agora se inicia”, dizendo ainda que “podemos olhar com otimismo para aquilo que são as prioridades estabelecidas pela CCDR, que é a instância que pode tomar estas decisões”.
Em suma, o Município de Montemor-o-Novo, com esta e outras iniciativas que possam surgir, irá aproveitar todas as oportunidades para se bater pela reabilitação do Convento da Salvação e colocá-lo ao serviço da cultura do país.
A iniciativa terminou com uma visita ao Espaço do Tempo, na Oficina Magina, após a qual a comitiva assitiu, na XL Box do Espaço do Tempo a 𝙱𝙰𝚚𝚄𝙴 – 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚘𝚛𝚗𝚘 𝚍𝚘 𝙶𝚘𝚜𝚝𝚘, de Gaya de Medeiros, integrada no ETFEST.