Tributo a Chico Buarque abre Ciclo da Primavera
Atualizado em 03/05/2023A vida cultural no concelho de Montemor-o-Novo parece fonte inesgotável de bons pretextos para sair de casa, e o Ciclo da Primavera é mais um dos muitos motivos que nos leva a dizer Montemor-o-Novo Sabe Muito Bem…
A abertura oficial do Ciclo da Primavera aconteceu no domingo, 30 de abril, com o espetáculo “Quem Te Viu e Quem Te Vê” – tributo a Chico Buarque”, um sublime tributo a um dos artistas mais reconhecidos e influentes da história da música lusófona, que passeia pelos muitos sucessos do compositor, músico, cantor, escritor e dramaturgo, que recentemente foi distinguido com o Prémio Camões. A anteceder o espetáculo, subiram ao palco o Vice-Presidente e Vereador do Pelouro da Cultura e Arte, Henrique Lopes, e Marcos Gomes, em representação do Instituto Memória Musical Brasileira, que realiza este concerto. Após Marcos Gomes ter explicado o projeto e o seu percurso, fazendo alusão à digressão que percorreu mais de 25 cidades portuguesas entre outubro de 2022 e abril de 2023, e que culminou em Montemor, Henrique Lopes explicou que “o Ciclo da Primavera é um projeto cultural de referência para o concelho”, que coloca em prática “os propósitos da descentralização cultural, ao nível local”, alargando-se “à generalidade das freguesias e localidades do Concelho de Montemor-o-Novo, através da programação de mais de 20 ações culturais e artísticas multidisciplinares”. Ainda sobre o Ciclo da Primavera, o vereador salientou o envolvimento dos agentes culturais locais, que se apresenta “como um dos elementos basilares neste projeto, potenciando a atividade dos diversos artistas, criadores e intérpretes locais e permitindo que os mesmos possam divulgar os seus trabalhos e apresentar as suas criações”. Neste caso, “em 2023 mais de metade dos projetos programados e que serão executados, têm na sua base intérpretes Montemorenses”, referiu Henrique Lopes. Sobre Chico Buarque, o vereador confidenciou da importância que teve na sua formação musical, sobretudo a sua canção “Construção”, que considerou uma das melhores de todos os tempos e países. Para Henrique Lopes “a música popular brasileira é uma das mais ricas do mundo, em termos melódicos, harmónicos e rítmicos”. Ainda com as recentes comemorações do 25 de Abril na memória, o também Vice-Presidente, citou canção de Chico Buarque, de 1975, “Tanto Mar”, que “uma clara homenagem à nossa revolução dos cravos” e que tem “Algum cheirinho de alecrim”! Henrique Lopes terminou a sua intervenção, recorrendo a palavras de Rui Horta, numa recente entrevista: “A arte ao vivo hoje é revolucionária, por si só. Porque vai contracorrente em relação à digitalização, à atomização e fragmentação do mundo. (…) Para mim, é o mais importante ritual das sociedades modernas e pós modernas. É fundamental que a arte ao vivo não desista”.
Depois, o serão foi maravilhoso, com todos a baterem palmas “com vontade”! Em palco, os cantores Marcus Lima e Thais Motta, com arranjos e piano do maestro Cristóvão Bastos, e o acompanhamento dos músicos João Lyra (violão), Dudu Oliveira (sopros), Bororó (baixo) e Marcos Thadeu (bateria e percussões), proporcionaram um belíssimo espetáculo, que abriu de forma excelente o Ciclo da Primavera 2023.